Vila Olímpia, bairro nobre da zona sul da cidade de São Paulo. Local conhecido por ser um dos pontos mais movimentados e frequentados por jovens quando o assunto é a vida noturna. Seus bares e baladas ganharam destaque nacional devido à fama de abrigar casas cujo forte é a música eletrônica. Mas, nos últimos anos, um outro som vem ganhando espaço nas baladas do pedaço, um som radicalmente diferente. Trata-se do pagode universitário.
Para entender melhor o assunto, voltemos ao ano de 2000 com o ainda desconhecido grupo de pagode Jeito Moleque. Formado até então por jovens universitários que arriscavam seus acordes em Santana, zona norte de São Paulo, sempre após as partidas de futebol, e em barzinhos da Vila Madalena, o grupo recebeu o primeiro convite para tocar na Vila Olímpia.
A iniciativa, que até então poderia soar como um tiro no pé devido a tradição eletrônica do bairro, foi uma cartada de mestre, como explica Felipe Saab, violão e banjo do Jeito Moleque.
“O movimento chegou sem muita força. Posso até apontar o nosso grupo como um dos pioneiros, juntamente com o Inimigos da HP, pois começamos com esse som em um lugar onde não tocavam este tipo de música. E, em meados de 2005, a galera da faculdade, localizada nos arredores das baladas, abraçou o pagode universitário de uma forma impressionante”, disse.
Mas o que seria exatamente o pagode universitário? Saab é bem direto: “O pagode conseguiu acompanhar a evolução musical dos últimos anos. Temos uma nova geração muito boa, cada um com sua imagem, isso mostra que a globalização nos ajudou bastante. Ou seja, este ritmo nada mais é do que uma mistura de estilos com uma pegada ao nosso estilo, vinda de pagode”.